Carnaval

No país da folia começa o ano, um pouco atrasado devido ao mega feriado com origem na idade média chamado Carnaval (bahnnnnn).

Alias data que possui três aspectos de curtição diferentes para pessoas diferentes:
* Os mais sensatos (tipo eu, ahh váá) aproveitam os cinco dias descansando, curtindo a família, botando o papo com os amigos em dia, pegando um trânsito FDP pesado para viajar e afins.
* Já os mais conservadores não abrem mão de estar lá, gastaram aquela poupança da Caixa de um ano de cinquenta em cinquenta reais para comprar um pavão artificial ou um bumbo do século passado para passar uma hora e meia desfilando como a Gisele Bunchen depois do porre.
* O que leva aos tradicionalistas, povão, carnavalesco malucos, espectadores ou seja lá o que for que quiserem ser, tudo pra encher a cara com estranhos, pulando como macaco com carrapato e depois encher o Orkut de fotos falando que viu tudo sem o logo da Rede Globo no cantinho.

Depois vem o mais empolgante, a apuração. Todo mundo pra frente da TV e aquele ex-locutor frustrado da rádio pirata na esquina começa a deixar todo mundo doido. E ainda têm a coragem de colocar a foto do apurador, visivelmente bêbado com olheiras do carnaval passado que ainda estão em uma quarta-feira perpetua de cinzas, sem deixar de lembrar de quando se ouve: “Gaviões da Fiel, nota nove e setenta e cinco...” seguido de duzentos palavrões, passando a ser um programa educativo onde se aprende xingamentos em um espaço de tempo mais curto do que um espirro.

De resto não vou me opor, além da ironia do dinheiro que as revistas masculinas pagam para celebridades posarem nuas, mas durante o carnaval elas fazem isso de graça (trágico né).

Contudo acredito que o carnaval seja algo importante para nossa realidade, em um mundo com tantas tragédias, diferenças, injustiças, privar alguns dias para esquecer tudo e só festejar sem compromisso com o amanhã é lindo de se ver, apesar de ser uma mascara fedida de isopor (figurativamente). 

Desejo a todos uma boa quarta-feira com ressaca!